domingo, 26 de julho de 2009

60% DOS CASOS DE GRIPE NO BRASIL ,SÃO DE H1N1

Ministério da Saúde começa a admitir que o vírus da gripe suína está substituindo o da gripe comum. Testes feitos em três laboratórios de referência mostram que 60% dos casos confirmados foram provocados pelo H1N1. Na Argentina e no Chile, o novo vírus é responsável por 90% dos casos de gripe.

O diretor de Vigilância em Saúde Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, afirma que as próximas semanas serão cruciais para confirmar a tendência de substituição do vírus da gripe sazonal.

Dados da Secretaria de Vigilância Epidemiológica mostram que a maior parte dos casos de gripe registrados no País (60%) ocorre entre pessoas de 20 a 49 anos. Mulheres apresentam tendência ligeiramente maior para casos mais graves. Até agora, dos pacientes que desenvolveram a nova gripe, 55,7% eram do grupo feminino.

Ontem, o ministério retificou o boletim divulgado no dia anterior, informando que eram 29 mortes por gripe suína - 5 a menos do que havia sido divulgado na quinta. A pasta cometeu um erro, contabilizando casos suspeitos como confirmados. No final do dia, porém, a Secretaria da Saúde de São Paulo confirmou mais 4 mortes, elevando para 33 o total no País.

O ministério também apresentou ontem a nova taxa de letalidade da gripe suína: 12,8%. Esse porcentual, no entanto, não pode ser comparado com taxas de letalidade da gripe comum, que é em torno de 0,4%.O ministério alterou a forma de cálculo do indicador de mortes pela gripe, que antes levava em conta os óbitos em relação a todos os casos da doença, graves ou não. A partir de agora, serão considerados para cálculo somente os casos graves. A mudança, de acordo com Hage, foi feita para se adaptar aos novos critérios de contagem da doença. Há alguns dias, os exames para confirmação do H1N1 passaram a ser feitos entre pacientes considerados de risco, casos graves ou suspeitas de surto.

Hage avalia que a predominância do vírus da gripe suína sobre o da gripe comum não terá efeitos práticos significativos. "Os estudos mostram que o comportamento da gripe comum são bem semelhantes ao da influenza A", garantiu. Até agora, porém, não há vacina pronta para prevenção do H1N1 e ainda não se sabe exatamente como o vírus se comporta.

Hage diz que comparações feitas em outros países, como Chile, mostram que o número de internações provocadas por gripe suína é semelhante ao que era registrado nos anos anteriores, com a gripe comum. O diretor de Vigilância em Saúde voltou a defender as alterações realizadas tanto para o diagnóstico quanto para tratamento da gripe suína. "A abordagem clínica não tem relação com resultado do teste. Quando o paciente chega com sinais de agravamento, ele deve receber o antiviral."

São sinais de agravamento: falta de ar e piora no estado clínico. A recomendação, diz Hage, repassada às secretarias, segue orientações da Organização Mundial da Saúde. Tem como objetivo reduzir o risco de resistência do vírus ao remédio e impedir que pacientes com outros tipos de infecção recebam medicamento sem necessidade. Atualmente, pessoas consideradas do grupo de risco devem receber medicamento tão logo tenham sintomas de gripe.

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