sexta-feira, 30 de outubro de 2009

FAMILIA PEDIU INTERDIÇÃO DE ZINA

Família pediu à Justiça interdição de Zina
Ação, que foi extinta neste ano, consta em banco de dados do Tribunal de Justiça de SP

A família de Zina, integrante do programa de humor Pânico (da RedeTV!) detido pela polícia na última quarta-feira (28) com cocaína, entrou na Justiça, em junho deste ano, com pedido de interdição do humorista –quando o juiz avalia se nomeará alguém para administrar os bens e interesses da pessoa se julgar que ela não é capaz de cuidar de si. O pedido foi feito pelo irmão dele, Lamartine Pereira da Silva.
Pesquisa feita pela reportagem do R7 no banco de dados do site do Tribunal de Justiça de São Paulo encontrou o processo, protocolado no dia 8 de junho deste ano. Entretanto, houve desistência e a ação foi extinta em 25 de agosto. O R7 não conseguiu localizar o humorista e seu irmão para questionar o motivo da ação, e a assessoria de imprensa da RedeTV! informou que o humorista não quer dar entrevistas.
Em outra ação, Zina quis processar a RedeTV! por danos morais antes de fazer parte do humorístico. Dois dias depois de aparecer no programa como convidado, ele desistiu do processo. A emissora não comenta o assunto, alegando que não chegou sequer a ser intimada a respeito.
Marcos da Silva Heredia, o Zina, ficou conhecido por ser autor da frase "Ronaldo, brilha muito no Corinthians", em referência ao atacante do Timão. Ele foi preso por volta das 8h da quarta-feira após ter sido abordado por policiais militares na zona oeste de São Paulo. A Polícia Militar informou que ele ofereceu resistência à prisão e, após ser rendido, foi levado para o 74º Distrito Policial (Jaraguá), onde ficou até por volta das 14h depois de asssinar um termo circunstanciado - um registro na Polícia Civil para crimes de menor potencial ofensivo.

O delegado Renato Climas Pereira informou que o termo será encaminhado para o Fórum Criminal, e Zina deve responder por porte de droga já que o exame comprovou que ele estava com 0,5 grama de cocaína.
Zina entrou no dia 25 de maio deste ano com pedido de indenização por danos morais no valor de cerca de R$ 232 mil contra a emissora em que trabalha atualmente. Apesar de a frase ter virado vinheta do Pânico em meio a reportagens de todo o tipo, o uso excessivo do jargão não o agradou. Daí o processo.
Em 28 de junho, Zina participou do programa e, neste dia, o presidente da emissora Amilcare Dallevo disse por telefone ao apresentador Emílio Zurita que todos estavam empenhados em apoiar Zina a conseguir uma casa. No dia 30 de junho, uma terça-feira, Zina entrou com pedido de extinção do processo, aceito no dia 8 de julho e publicado no “Diário Oficial” da Justiça no dia 14 de julho.
No dia 16 de agosto, o programa anunciou que Zina havia ganho um contrato com a emissora. O advogado Alexandre Magno de Toledo Marinho, representante do humorista à época desse processo, foi procurado pelo R7 e não quis comentar o assunto. O diretor de comunicação da RedeTV!, Caetano Bedaque, informou que a emissora não vai mais falar sobre o caso Zina e que ele permanece como contratado da casa.

Laurindo Leal Lalo Filho, sociólogo, jornalista e professor de jornalismo da ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo), disse ao R7 que o programa explora o que chamou de "terreno perigoso da debilidade social de Zina".
- Ele é um cidadão comum e foi explorado como uma figura bizarra no programa. Ele não é um ator, mas eles humoristas descobriram uma figura que foge dos padrões convencionais de comportamento e que pode chamar a atenção por esse lado bizarro e não convencional. É um uso de uma personagem que ultrapassa o caricatural e entra num perigoso terreno da exploração da debilidade, não digo nem da mental, mas da social. É um débil social.
Lalo Filho disse ainda que não há como falar em “errado ou certo” no caso pois se trata de uma questão ética. O problema, segundo ele, é que no Brasil não há uma legislação que estabeleça um maior rigor e compromissos éticos das emissoras com a sociedade.
Antes de publicar este texto a reportagem do R7 enviou ao diretor de comunicação da RedeTV! o teor do que o professor Lalo Filho disse. Por telefone, Bedaque informou que a emissora não iria se pronunciar a respeito.
O blog de Daniel Castro no R7 informa que o Pânico disse via Twitter que não irá abandonar Zina.
Reportagem:R7

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